| Ensaio: Nesta série de fotocolagem produzida durante a pandemia, busquei retratar a espitualidade dos praticantes do candomblé e suas manifestações religiosas durante a festa de Iemajá por meio de sobreposição de imagens com texturas. O confinamento, a percepção alterada do tempo e a decorrente ausência do calor das relações humanas foram o motor para recriar essa ambientação. O modo que encontrei de me conectar com as pessoas e assim religar o momento presente ao passado pré-pandêmico. As fotos da festa de iemanjá foram o mote que encontrei para veicular a internalização de cada momento de espiritualidade que nos conecta com o além mundo, relativizando a concretude da existência. Não há cura no ponto de chegada, o que há é tempo para reflexão. Um tempo alargado para se ponderar sobre a condução de nossas vidas nos momentos de crise.
Natural de Pesqueira, PE, atualmente mora em São Paulo. Autodidata em fotografia e colagem digital, tem como foco as relações Homem x Ambiente Urbano. Exposições: Interferências - Scott MacLeavy e Convidados, O Caminho para Florianópolis (2014), XXX Bienal Brasileira de Arte Fotográfica Preto e Branco (2018, Caxias do Sul) e XXI Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores (2019, São Caetano do Sul).